Lucifer – O primeiro algoritmo de criptografia da IBM e sua evolução
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Por Celso Martins
Banda B
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O mundo da criptografia ainda é uma grande novidade para a maioria das pessoas.
Mesmo para os mais jovens, nascidos em contato com computadores, celulares e internet, ainda falta muita informação para conseguir compreender como as coisas realmente funcionam por trás das telas.
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Quando o assunto é criptografia, alguns termos principais vêm à mente: Segurança, chaves e privacidade são alguns deles. Mas, quase ninguém sabe como tudo isso começou.
Segundo o site Financial Move, a história começou em 1971, quando Horst Freisel, da IBM, criou o primeiro algoritmo de criptografia baseado em altos níveis de segurança e uma chave única para codificar e decodificar informações. Foi naquele ano que começou a surgir o que hoje é conhecido como criptografia de ponta a ponta, blockchain e outras tecnologias que garantem o máximo de segurança em comunicação e transmissão de dados.
O nome, questionável, foi modificado 10 anos depois, pela American Standard Instituition, que passou a utilizar uma versão evoluída da tecnologia de Lucifer para padronizar a cifragem das transações financeiras: o DES (Data Encryption Standard).
O novo nome passava a ser Data EncryptionAlgorythim (DEA).
Para transformar todas as siglas em algo mais tangível, basta imaginar que o DES é como um muro, composto por 64 tijolos iguais. No mundo tecnológico, cada bloco desses representa um bit, ou seja, o DES é um bloco composto por 64 bits – explica o site HB Marketing.
Cada grupo de 8 bits serve como um bit de paridade, ou seja, cada DES possui 8 bits de paridade.
Cada um desses bits serve para testar um byte (8 bits) de paridade, restando 56 bits, que é o que realmente é utilizado no algoritmo.
Apesar da complexidade, o DES ainda não era considerado completamente seguro e fraudes, invasões e golpes através de acessos maliciosos se tornavam cada vez mais comuns, até que, em 1983, David Chaum, entusiasta em criptografia e respeitado cientista, fundou uma empresa de moeda eletrônica criptografada chamada Digicash.
A moeda foi nomeada como E-cash e seu objetivo era ser irrastreável. A invenção criou um movimento chamado de Cypherpunk, que durou até o final dos anos 80.
Na época, Chaumjá falava de criptografia, segurança e tecnologia peer-to-peer e se tornou um grande nome, tendo sua invenção na mira do interesse de grandes empresas e companhias.
Apesar disso tudo, na época, a internet ainda não era uma realidade nas casas das pessoas, não havia internet banking ou smartphones e a tecnologia de Chaum era, simplesmente, avançada demais para sua época, o que levou a Digicash e a E-cash à falência em 1998.
Um dos sócios de Chaum, Nick Szabo, decidiu continuar seus avanços em relação à criptografia e promoveu uma pesquisa chamada “Contratos Digitais”, que abordava, entre outros temas, as criptomoedas, que, na época, nem ao menos tinham esse nome.
Em 2005, Szabo desenvolveu um mecanismo chamado Bit Gold. O objetivo era o tratamento das moedas digitais e, por isso, diversas bibliografias o citam como um dos precursores do Bitcoin.
Curiosamente, um sistema de criptografia chamado, inicialmente, de Lucifer, evoluiu a um ponto que, em um dado momento, Nick Szabo escreveu um artigo chamado “O protocolo de Deus”, se referindo à criação de um protocolo de tecnologia que seria o mais confiável entre todosos outros.
Você poderia imaginar que existe toda essa história por trás da história da criptografia que conhecemos hoje?